domingo, 2 de março de 2008

Literatura - aula 2 - Literatura a arte da palavra

Literatura: a arte da palavra

Dois Rios
Skank
Composição: (samuel Rosa - Lô Borges - Nando Reis)

O céu está no chão
O céu não cai do alto
É o claro, é a escuridão

O céu que toca o chão
E o céu que vai no alto
Dois lados deram as mãos

Como eu fiz também
Só pra poder conhecer
O que a voz da vida vem dizer

Que os braços sentem
E os olhos vêem
Que os lábios sejam
Dois rios inteiros
Sem direção

O sol é o pé e a mão
O sol é a mãe e o pai
Dissolve a escuridão

O sol se põe se vai
E após se pôr
O sol renasce no Japão

Eu vi também
Só pra poder entender
Na voz a vida ouvi dizer

Que os braços sentem
E os olhos vêem
E os lábios beijam
Dois rios inteiros
Sem direção

E o meu lugar é esse
Ao lado seu, meu corpo inteiro
Dou o meu lugar pois o seu lugar
É o meu amor primeiro
O dia e a noite as quatro estações

Que os braços sentem
E os olhos vêem
E os lábios Sejam
Dois rios inteiros
Sem direção

O céu está no chão
O céu não cai do alto
É o claro, é a escuridão

O céu que toca o chão
E o céu que vai no alto
Dois lados deram as mãos

Como eu fiz também
Só pra poder conhecer
O que a voz da vida vem dizer

Que os braços sentem
E os olhos vêem
E os lábios beijam
Dois rios inteiros
Sem direção

E o meu lugar é esse
Ao lado seu, no corpo inteiro
Dou o meu lugar pois o seu lugar
É o meu amor primeiro
O dia e a noite as quatro estações

Que os braços sentem
E os olhos vêem
Que os lábios sejam
Dois rios inteiros
Sem direção

Que os braços sentem
E os olhos vêem
E os lábios beijam
Dois rios inteiros
Sem direção

1 – A letra da canção apresenta várias relações binárias, isto é, partes de elementos que se aproximam ou se opõem. Identifique no texto:

a) elementos que estejam em oposição

b) elementos que formem um tipo de relação binária diferente

2 – A linguagem da canção apresenta bastante sonoridade. É o caso, por exemplo, da sonoridade criada pela repetição do som /s/ (lê-se cê) das palavras céu, só, sol, dissolve, se, após, renasce, braços e sentem, entre outras. Com base na 5ª e 6ª estrofes, identifique outras repetições sonoras.

3 – A letra da canção faz uso da conotação em diferentes situações. É o caso, por exemplo, da caracterização do sol feita na 4ª e na 5ª estrofe. Dê interpretações coerentes a esses versos.

4 – A expressão “dois rios inteiros” também foi empregada conotativamente e constitui um dos elementos básicos para a interpretação da letra. O que ou quem representa os dois rios?

Literatura: a arte da palavra

Cada forma de arte faz uso de certos elementos. A pintura, por exemplo, trabalha com a tinta, cores e formas; a música com os sons; a dança com movimentos. E a literatura, que material utiliza? Pode-se dizer que a literatura é a arte da palavra.

Carlos Drummond de Andrade diz, em um dos seus poemas:

Penetra surdamente no reino das palavras
Lá estão os poemas que esperam ser escritos

Literatura e comunicação

Sendo a literatura a arte da palavra e a palavra a unidade básica da língua, podemos dizer que a literatura assim como a língua, é um instrumento de comunicação e interação social e, por isso, cumpre também o papel social de transmitir os conhecimentos de uma comunidade.

Apesar de estar vinculada a língua, a literatura não está presa a ela e, pelo contrário, as vezes chega a subverter algumas de suas regras e o sentido das palavras.

Literatura e sociedade

Como toda forma de arte a literatura está vinculada à sociedade em que se origina. Não existe artista completamente indiferentes à sociedade. Partindo de uma experiência pessoal o artista recria ou transcria a realidade dando origem a uma supra-realdiade ou uma realidade ficcional. Assim, toda obra de arte é resultado de uma relação entre o artista, o público e a sociedade. E, como outras obras de arte, ela pode interferir nessa realidade, auxiliando no processo de transformação social.

Por vezes, a literatura assume forma de denuncia social, dizemos, então, que se trata de uma literatura engajada. Observe como Carlos Drummond capta o clima de medo da segunda guerra mundial:


Provisoriamente não cantaremos o amor,
que se refugiou mais abaixo dos subterrâneos.
Cantaremos o medo, que estereliza os abraços,
não cantaremos o ódio, porque este não existe,
existe apenas o medo, nosso pai e nosso companheiro,12


Literatura e Imaginação


Tanto o escritor quando o leitor fazem uso da imaginação: o artista recria a realidade, assim como o leitor recria o texto que lê. Nos estudos modernos da literatura, o leitor não é mais visto como alguém com uma postura passiva, que simplesmente lê o texto, tem sido visto como participante, porque também usa a imaginação para ler o texto e, desta forma, recria-o.


autopsicografia

O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.

Fernando Pessoa

Literatura na escola


A literatura, bem como outras artes, independe da escola para sobreviver. Apesar disso, dada sua importância, a literatura transformou-se em muitos paises em uma disciplina escolar.

A abordagem e a sistematização do estudo da literatura na escola podem se dar de diferentes formas: por épocas, por temas, por gêneros, por comparações, etc. No Brasil, no último século, a abordagem histórica da literatura, tem sido o mais comum.


Estilos de época, estilo pessoal, tradição literária.

O homem muda através dos tempos, muda sua cultura, sua forma de pensar, sua forma de ver o mundo, por isso, é natural que a literatura também mude com o passar dos tempos. Em determinadas época, por exemplo, é natural que determinados temas sejam mais explorados que outros.

Ao conjunto de textos que apresentam certas características comuns em determinado momento histórico, chamamos estilo de época ou movimento literário.

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