quarta-feira, 12 de março de 2008

Português - Aula 5 - Figuras de Linguagem

Figuras de Linguagem

As figuras de linguagem ou de estilo são empregadas para valorizar o texto, tornando a linguagem mais expressiva. É um recurso lingüístico para expressar experiências comuns de formas diferentes, conferindo originalidade, emotividade ou poeticidade ao discurso.

As figuras revelam muito da sensibilidade de quem as produz, traduzindo particularidades estilísticas do autor. A palavra empregada em sentido figurado, não- denotativo, passa a pertencer a outro campo de significação, mais amplo e criativo.

As figuras de linguagem classificam-se em:

a)figuras de palavras;

b)figuras de harmonia;

c)figuras de pensamento;

d)figuras de construção ou sintaxe.

FIGURAS DE PALAVRA

As figuras de palavra consistem no emprego de um termo com sentido diferente daquele convencionalmente empregado, a fim de se conseguir um efeito mais expressivo na comunicação.

São figuras de palavras:

a) comparação e) catacrese

b) metáfora f) sinestesia

c) metonímia g) antonomásia

d) sinédoque h) alegoria

· Comparação

Ocorre comparação quando se estabelece aproximação entre dois elementos que se identificam, ligados por conectivos comparativos explícitos - feito, assim como, tal, como, tal qual, tal como, qual, que nem - e alguns verbos - parecer, assemelhar-se e outros.

Exemplos:

"Amou daquela vez como se fosse máquina.

Beijou sua mulher como se fosse lógico."

(Chico Buarque)

"As solteironas, os longos vestidos negros fechados no pescoço, negros xales nos ombros, pareciam aves noturnas paradas..."

(Jorge Amado)

· Metáfora

Ocorre metáfora quando um termo substitui outro através de uma relação de semelhança resultante da subjetividade de quem a cria. A metáfora também pode ser entendida como uma comparação abreviada, em que o conectivo não está expresso, mas subentendido.

Exemplo:

"Supondo o espírito humano uma vasta concha, o meu fim, Sr. Soares, é ver se posso extrair pérolas, que é a razão."

(Machado de Assis)

· Metonímia

Ocorre metonímia quandosubstituição de uma palavra por outra, havendo entre ambas algum grau de semelhança, relação, proximidade de sentido ou implicação mútua. Tal substituição fundamenta-se numa relação objetiva, real, realizando-se de inúmeros modos:

o continente pelo conteúdo e vice-versa:

Antes de sair, tomamos um cálice1 de licor.

1 O conteúdo de um cálice.

a causa pelo efeito e vice-versa:

"E assim o operário ia

Com suor e com cimento 2

Erguendo uma casa aqui

Adiante um apartamento."

(Vinicius de Moraes)

2 Com trabalho.

o lugar de origem ou de produção pelo produto:

Comprei uma garrafa do legítimo porto 3.

3 O vinho da cidade do Porto.

o autor pela obra:

Ela parecia ler Jorge Amado 4.

4 A obra de Jorge Amado.

o abstrato pelo concreto e vice-versa:

Não devemos contar com o seu coração 5.

5 Sentimento, sensibilidade.

o símbolo pela coisa simbolizada:

A coroa 6 foi disputada pelos revolucionários.

6 O poder.

a matéria pelo produto e vice-versa:

Lento, o bronze 7 soa.

7 O sino.

o inventor pelo invento:

Edson 8 ilumina o mundo.

8 A energia elétrica.

a coisa pelo lugar:

Vou à Prefeitura 9.

9 Ao edifício da Prefeitura.

o instrumento pela pessoa que o utiliza:

Ele é um bom garfo 10.

10 Guloso, glutão.

· Sinédoque

Ocorre sinédoque quandosubstituição de um termo por outro, havendo ampliação ou redução do sentido usual da palavra numa relação quantitativa. Encontramos sinédoque nos seguintes casos:

o todo pela parte e vice-versa:

"A cidade inteira 1 viu assombrada, de queixo caído, o pistoleiro sumir de ladrão, fugindo nos cascos 2 de seu cavalo."

(J. Cândido de Carvalho)

1 O povo.

2 Parte das patas.

o singular pelo plural e vice-versa:

O paulista 3 é tímido; o carioca 4, atrevido.

3 Todos os paulistas.

4 Todos os cariocas.

o indivíduo pela espécie (nome próprio pelo nome comum):

Para os artistas ele foi um mecenas 5.

5 Protetor.

Modernamente, a metonímia engloba a sinédoque.

· Catacrese

A catacrese é um tipo de especial de metáfora, "é uma espécie de metáfora desgastada, em que não se sente nenhum vestígio de inovação, de criação individual e pitoresca. É a metáfora tornada hábito lingüístico, fora do âmbito estilístico."

(Othon M. Garcia)

São exemplos de catacrese:

folhas de livro pele de tomate

dente de alho montar em burro

céu da boca cabeça de prego

mão de direção ventre da terra

asa da xícara sacar dinheiro no banco

· Sinestesia

A sinestesia consiste na fusão de sensações diferentes numa mesma expressão. Essas sensações podem ser físicas (gustação, audição, visão, olfato e tato) ou psicológicas (subjetivas).

Exemplo:

"A minha primeira recordação é um muro velho, no quintal de uma casa indefinível. Tinha várias feridas no reboco e veludo de musgo. Milagrosa aquela mancha verde [sensação visual] e úmida, macia [sensações táteis], quase irreal."

(Augusto Meyer)

· Antonomásia

Ocorre antonomásia quando designamos uma pessoa por uma qualidade, característica ou fato que a distingue.

Na linguagem coloquial, antonomásia é o mesmo que apelido, alcunha ou cognome, cuja origem é um aposto (descritivo, especificativo etc.) do nome próprio.

Exemplos:

"E ao rabi simples 1, que a igualdade prega,

Rasga e enlameia a túnica inconsútil;

(Raimundo Correia)

1 Cristo

Pelé (= Edson Arantes do Nascimento)

O Cisne de Mântua (= Virgílio)

O poeta dos escravos (= Castro Alves)

O Dante Negro (= Cruz e Souza)

O Corso (= Napoleão)

· Alegoria

A alegoria é uma acumulação de metáforas referindo-se ao mesmo objeto; é uma figura poética que consiste em expressar uma situação global por meio de outra que a evoque e intensifique o seu significado. Na alegoria, todas as palavras estão transladadas para um plano que não lhes é comum e oferecem dois sentidos completos e perfeitos - um referencial e outro metafórico.

Exemplo:

"A vida é uma ópera, é uma grande ópera. O tenor e o barítono lutam pelo soprano, em presença do baixo e dos comprimários, quando não são o soprano e o contralto que lutam pelo tenor, em presença do mesmo baixo e dos mesmos comprimários. Há coros numerosos, muitos bailados, e a orquestra é excelente..."

(Machado de Assis)

FIGURAS DE HARMONIA

Chamam-se figuras de som ou de harmonia os efeitos produzidos na linguagem quandorepetição de sons ou, ainda, quando se procura "imitar"sons produzidos por coisas ou seres.

As figuras de harmonia ou de som são:

a) aliteração c) assonância

b) paronomásia d) onomatopéia

· Aliteração

Ocorre aliteração quandorepetição da mesma consoante ou de consoantes similares, geralmente em posição inicial da palavra.

Exemplo:

"Toda gente homenageia Januária na janela."

(Chico Buarque)

· Assonância

Ocorre assonância quandorepetição da mesma vogal ao longo de um verso ou poema.

Exemplo:

"Sou Ana, da cama

da cana, fulana, bacana

Sou Ana de Amsterdam."

(Chico Buarque)

· Paronomásia

Ocorre paronomásia quandoreprodução de sons semelhantes em palavras de significados diferentes.

Exemplo:

"Berro pelo aterro pelo desterro

berro por seu berro pelo seu erro

quero que você ganhe que você me apanhe

sou o seu bezerro gritando mamãe."

(Caetano Veloso)

· Onomatopéia

Ocorre quando uma palavra ou conjunto de palavras imita um ruído ou som.

Exemplo:

"O silêncio fresco despenca das árvores.

Veio de longe, das planícies altas,

Dos cerrados onde o guaxe passe rápido...

Vvvvvvvv... passou."

(Mário de Andrade)

rodas, ó engrenagens, r-r-r-r-r-r-r eterno."

(Fernando Pessoa)

FIGURAS DE PENSAMENTO

As figuras de pensamento são recursos de linguagem que se referem ao significado das palavras, ao seu aspecto semântico.

São figuras de pensamento:

a) antítese d) apóstrofe g) paradoxo

b) eufemismo e) gradação h) hipérbole

c) ironia f) prosopopéia i) perífrase

· Antítese

Ocorre antítese quandoaproximação de palavras ou expressões de sentidos opostos.

Exemplo:

"Amigos ou inimigos estão, amiúde, em posições trocadas. Uns nos querem mal, e fazem-nos bem. Outros nos almejam o bem, e nos trazem o mal."

(Rui Barbosa)

· Apóstrofe

Ocorre apóstrofe quandoinvocação de uma pessoa ou algo, real ou imaginário, que pode estar presente ou ausente. Corresponde ao vocativo na análise sintática e é utilizada para dar ênfase à expressão.

Exemplo:

"Deus! ó Deus! onde estás, que não respondes?"

(Castro Alves)

· Paradoxo

Ocorre paradoxo não apenas na aproximação de palavras de sentido oposto, mas também na de idéias que se contradizem referindo-se ao mesmo termo. É uma verdade enunciada com aparência de mentira. Oxímoro (ou oximoron) é outra designação para paradoxo.

Exemplo:

"Amor é fogo que arde sem se ver;

É ferida que dói e não se sente;

É um contentamento descontente;

É dor que desatina sem doer;"

(Camões)

· Eufemismo

Ocorre eufemismo quando uma palavra ou expressão é empregada para atenuar uma verdade tida como penosa, desagradável ou chocante.

Exemplo:

"E pela paz derradeira1 que enfim vai nos redimir Deus lhe pague".

(Chico Buarque)

1 paz derradeira: morte

· Gradação

Ocorre gradação quando há uma seqüência de palavras que intensificam uma mesma idéia.

Exemplo:

"Aqui... além... mais longe por onde eu movo o passo."

(Castro Alves)

· Hipérbole

Ocorre hipérbole quandoexagero de uma idéia, a fim de proporcionar uma imagem emocionante e de impacto.

Exemplo:

"Rios te correrão dos olhos, se chorares!"

(Olavo Bilac)

· Ironia

Ocorre ironia quando, pelo contexto, pela entonação, pela contradição de termos, sugere-se o contrário do que as palavras ou orações parecem exprimir. A intenção é depreciativa ou sarcástica.

Exemplo:

"Moça linda, bem tratada,

três séculos de família,

burra como uma porta:

um amor."

(Mário de Andrade)

· Prosopopéia

Ocorre prosopopéia (ou animização ou personificação) quando se atribui movimento, ação, fala, sentimento, enfim, caracteres próprios de seres animados a seres inanimados ou imaginários.

Também a atribuição de características humanas a seres animados constitui prosopopéia o que é comum nas fábulas e nos apólogos, como este exemplo de Mário de Quintana: "O peixinho (...) silencioso e levemente melancólico..."

Exemplos:

"... os rios vão carregando as queixas do caminho."

(Raul Bopp)

Um frio inteligente (...) percorria o jardim..."

(Clarice Lispector)

· Perífrase

Ocorre perífrase quando se cria um torneio de palavras para expressar algum objeto, acidente geográfico ou situação que não se quer nomear.

Exemplo:

"Cidade maravilhosa

Cheia de encantos mil

Cidade maravilhosa

Coração do meu Brasil."

(André Filho)

FIGURAS DE SINTAXE

As figuras de sintaxe ou de construção dizem respeito a desvios em relação à concordância entre os termos da oração, sua ordem, possíveis repetições ou omissões.

Elas podem ser construídas por:

a) omissão: assíndeto, elipse e zeugma;

b) repetição: anáfora, pleonasmo e polissíndeto;

c) inversão: anástrofe, hipérbato, sínquise e hipálage;

d) ruptura: anacoluto;

e) concordância ideológica: silepse.

Portanto, são figuras de construção ou sintaxe:

a) assíndeto e) elipse i) zeugma

b) anáfora f) pleonasmo j) polissíndeto

c) anástrofe g) hiperbato l) sínquise

d) hipálage h) anacoluto m) silepse

· Assíndeto

Ocorre assíndeto quando orações ou palavras deveriam vir ligadas por conjunções coordenativas, aparecem justapostas ou separadas por vírgulas.

Exigem do leitor atenção maior no exame de cada fato, por exigência das pausas rítmicas (vírgulas).

Exemplo:

"Não nos movemos, as mãos é que se estenderam pouco a pouco, todas quatro, pegando-se, apertando-se, fundindo-se."

(Machado de Assis)

· Elipse

Ocorre elipse quando omitimos um termo ou oração que facilmente podemos identificar ou subentender no contexto. Pode ocorrer na supressão de pronomes, conjunções, preposições ou verbos. É um poderoso recurso de concisão e dinamismo.

Exemplo:

"Veio sem pinturas, em vestido leve, sandálias coloridas." 1

1 Elipse do pronome ela (Ela veio) e da preposição de (de sandálias...)

· Zeugma

Ocorre zeugma quando um termo expresso na frase é suprimido, ficando subentendida sua repetição.

Exemplo:

"Foi saqueada a vida, e assassinados os partidários dos Felipes." 1

(Camilo Castelo Branco)

1 Zeugma do verbo: "e foram assassinados..."

· Anáfora

Ocorre anáfora quandorepetição intencional de palavras no início de um período, frase ou verso.

Exemplo:

"Depois o areal extenso...

Depois o oceano de ...

Depois no horizonte imenso

Desertos... desertos ..."

(Castro Alves)

· Pleonasmo

Ocorre pleonasmo quandorepetição da mesma idéia, isto é, redundância de significado.

a) Pleonasmo literário

É o uso de palavras redundantes para reforçar uma idéia, tanto do ponto de vista semântico quanto do ponto de vista sintático. Usado como um recurso estilístico, enriquece a expressão, dando ênfase à mensagem.

Exemplo:

"Iam vinte anos desde aquele dia

Quando com os olhos eu quis ver de perto

Quando em visão com os da saudade via."

(Alberto de Oliveira)

"Morrerás morte vil na mão de um forte."

(Gonçalves Dias)

mar salgado, quando do teu sal

São lágrimas de Portugal"

(Fernando Pessoa)

b) Pleonasmo vicioso

É o desdobramento de idéias que estavam implícitas em palavras anteriormente expressas. Pleonasmos viciosos devem ser evitados, pois não têm valor de reforço de uma idéia, sendo apenas fruto do descobrimento do sentido real das palavras.

Exemplos:

subir para cima entrar para dentro

repetir de novo ouvir com os ouvidos

hemorragia de sangue monopólio exclusivo

breve alocução principal protagonista

· Polissíndeto

Ocorre polissíndeto quandorepetição enfática de uma conjunção coordenativa mais vezes do que exige a norma gramatical ( geralmente a conjunção e). É um recurso que sugere movimentos ininterruptos ou vertiginosos.

Exemplo:

"Vão chegando as burguesinhas pobres,

e as criadas das burguesinhas ricas

e as mulheres do povo, e as lavadeiras da redondeza."

(Manuel Bandeira)

· Anástrofe

Ocorre anástrofe quando há uma simples inversão de palavras vizinhas ( determinante/determinado).

Exemplo:

"Tão leve estou 1 que nem sombra tenho."

(Mário Quintana)

1 Estou tão leve...

· Hipérbato

Ocorre hipérbato quando há uma inversão completa de membros da frase.

Exemplo:

"Passeiam à tarde, as belas na Avenida. " 1

(Carlos Drummond de Andrade)

1 As belas passeiam na Avenida à tarde.

· Sínquise

Ocorre sínquise quando há uma inversão violenta de distantes partes da frase. É um hipérbato exagerado.

Exemplo:

"A grita se alevanta ao Céu, da gente. " 1

(Camões)

1 A grita da gente se alevanta ao Céu.

· Hipálage

Ocorre hipálage quandoinversão da posição do adjetivo: uma qualidade que pertence a uma objeto é atribuída a outro, na mesma frase.

Exemplo:

"... as lojas loquazes dos barbeiros." 2

(Eça de Queiros)

2 ... as lojas dos barbeiros loquazes.

· Anacoluto

Ocorre anacoluto quandointerrupção do plano sintático com que se inicia a frase, alterando-lhe a seqüência lógica. A construção do período deixa um ou mais termos - que não apresentam função sintática definida - desprendidos dos demais, geralmente depois de uma pausa sensível.

Exemplo:

"Essas empregadas de hoje, não se pode confiar nelas."

(Alcântara Machado)

· Silepse

Ocorre silepse quando a concordância não é feita com as palavras, mas com a idéia a elas associada.

a) Silepse de gênero

Ocorre quandodiscordância entre os gêneros gramaticais (feminino ou masculino).

Exemplo:

"Quando a gente é novo, gosta de fazer bonito."

(Guimarães Rosa)

b) Silepse de número

Ocorre quandodiscordância envolvendo o número gramatical (singular ou plural).

Exemplo:

Corria gente de todos lados, e gritavam."

(Mário Barreto)

c) Silepse de pessoa

Ocorre quandodiscordância entre o sujeito expresso e a pessoa verbal: o sujeito que fala ou escreve se inclui no sujeito enunciado.

Exemplo:

"Na noite seguinte estávamos reunidas algumas pessoas."

(Machado de Assis)

Atividades Sobre Figura de Linguagem

01. (VUNESP) No trecho: "...dão um jeito de mudar o mínimo para continuar mandando o máximo", a figura de linguagem presente é chamada:

a) metáfora

b) hipérbole

c) hipérbato

d) anáfora

e) antítese

02. (PUC - SP) Nos trechos: "O pavão é um arco-íris de plumas" e "...de tudo que ele suscita e

esplende e estremece e delira..." enquanto procedimento estilístico, temos, respectivamente:

a) metáfora e polissíndeto;

b) comparação e repetição;

c) metonímia e aliteração;

d) hipérbole e metáfora;

e) anáfora e metáfora.

03. (PUC - SP) Nos trechos: "...nem um dos autores nacionais ou nacionalizados de oitenta pra

faltava nas estantes do major" e "...o essencial é achar-se as palavras que o violão pede e

deseja" encontramos, respectivamente, as seguintes figuras de linguagem:

a) prosopopéia e hipérbole;

b) hipérbole e metonímia;

c) perífrase e hipérbole;

d) metonímia e eufemismo;

e) metonímia e prosopopéia.

04. (VUNESP) Na frase: "O pessoal estão exagerando, me disse ontem um camelô", encontramos a

figura de linguagem chamada:

a) silepse de pessoa

b) elipse

c) anacoluto

d) hipérbole

e) silepse de número

05. (ITA) Em qual das opçõeserro de identificação das figuras?

a) "Um dia hei de ir embora / Adormecer no derradeiro sono." (eufemismo)

b) "A neblina, roçando o chão, cicia, em prece. (prosopopéia)

c) não são tão freqüentes os passeios noturnos na violenta Rio de Janeiro. (silepse de número)

d) "E fria, fluente, frouxa claridade / Flutua..." (aliteração)

e) "Oh sonora audição colorida do aroma." (sinestesia)

06. (UM - SP) Indique a alternativa em que haja uma concordância realizada por silepse:

a) Os irmãos de Teresa, os pais de Júlio e nós, habitantes desta pacata região, precisaremos de muita

força para sobreviver.

b) Poderão existir inúmeros problemas conosco devido às opiniões dadas neste relatório.

c) Os adultos somos bem mais prudentes que os jovens no combate às dificuldades.

d) Dar-lhe-emos novas oportunidades de trabalho para que você obtenha resultados mais

satisfatórios.

e) Haveremos de conseguir os medicamentos necessários para a cura desse vírus insubordinável a

qualquer tratamento.

07. (FEI) Assinalar a alternativa correta, correspondente à figuras de linguagem, presentes nos fragmentos

abaixo:

I. "Não te esqueças daquele amor ardente

que nos olhos meus tão puro viste."

II. "A moral legisla para o homem; o direito para o cidadão."

III. "A maioria concordava nos pontos essenciais; nos pormenores porém, discordavam."

IV. "Isaac a vinte passos, divisando o vulto de um, pára, ergues a mão em viseira, firma os olhos."

a) anacoluto, hipérbato, hipálage, pleonasmo;

b) hipérbato, zeugma, silepse, assíndeto;

c) anáfora, polissíndeto, elipse, hipérbato;

d) pleonasmo, anacoluto, catacrese, eufemismo;

e) hipálage, silepse, polissíndeto, zeugma.

08. (FEBA - SP) Assinale a alternativa em que ocorre aliteração:

a) "Água de fonte .......... água de oceano ............. água de pranto. (Manuel Bandeira)

b) "A gente almoça e se coça e se roça e se vicia." (Chico Buarque)

c) "Ouço o tique-taque do relógio: apresso-me então." (Clarice Lispector)

d) "Minha vida é uma colcha de retalhos, todos da mesma cor." (Mário Quintana)

e) N.d.a.

09. (CESGRANRIO) Na frase "O fio da idéia cresceu, engrossou e partiu-se" ocorre processo de

gradação. Não gradação em:

a) O carro arrancou, ganhou velocidade e capotou.

b) O avião decolou, ganhou altura e caiu.

c) O balão inflou, começou a subir e apagou.

d) A inspiração surgiu, tomou conta de sua mente e frustrou-se.

e) João pegou de um livro, ouviu um disco e saiu.

10. (FATEC) "Seus óculos eram imperiosos." Assinale a alternativa em que aparece a mesma figura de

linguagem que há na frase acima:

a) "As cidades vinham surgindo na ponte dos nomes."

b) "Nasci na sala do 3° ano."

c) "O bonde passa cheio de pernas."

d) "O meu amor, paralisado, pula."

e) "Não serei o poeta de um mundo caduco."

Retire do texto abaixo todas as figuras de linguagem que encontrar, para tanto explique-as e classifique-as.

Monte Castelo

Renato Russo

Composição: Renato Russo

Ainda que eu falasse a língua dos homens.
E falasse a língua dos anjos, sem amor eu nada seria.

É o amor, é o amor.
Que conhece o que é verdade.
O amor é bom, não quer o mal.
Não sente inveja ou se envaidece.

O amor é o fogo que arde sem se ver.
É ferida que dói e não se sente.
É um contentamento descontente.
É dor que desatina sem doer.

Ainda que eu falasse a língua dos homens.
E falasse a língua dos anjos, sem amor eu nada seria.

É um não querer mais que bem querer.
É solitário andar por entre a gente.
É um não contentar-se de contente.
É cuidar que se ganha em se perder.

É um estar-se preso por vontade.
É servir a quem vence, o vencedor;
É um ter com quem nos mata a lealdade.
Tão contrário a si é o mesmo amor.

Estou acordado e todos dormem todos dormem todos dormem.
Agora vejo em parte. Mas então veremos face a face.

É o amor, é o amor.
Que conhece o que é verdade.

Ainda que eu falasse a língua dos homens.
E falasse a língua do anjos, sem amor eu nada seria.


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